Pela primeira vez na história dos Estados Unidos, um ex-presidente foi formalmente acusado pela Justiça. Donald Trump se declarou inocente de 34 crimes em tribunal de Nova York, após ser fichado e ter suas digitais colhidas. Ele é acusado de falsificar despesas de sua empresa para encobrir a compra do silêncio de uma atriz pornográfica, com quem teria tido um caso.
O processo, contudo, nem de longe é o mais grave que corre contra Trump, que também é investigado por incitar o ataque ao Capitólio e esconder documentos sigilosos em sua mansão, na Flórida.
O paralelo com seu discípulo brasileiro é inevitável: nesta quarta-feira (5), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depõe na Polícia Federal sobre o colar de diamantes saudita que seus auxiliares tentaram trazer ilegalmente ao Brasil. Essa também não é, nem de longe, a suspeita mais grave que paira sobre Bolsonaro, que já enfrenta 10 processos na primeira instância e 16 na Justiça Eleitoral.
Seu pior receio é se tornar alvo direto no inquérito dos atos criminosos de 8 de janeiro, que investiga a nossa versão do ataque ao Capitólio.
Trump tem adotado uma estratégia de vitimização. Logo após o depoimento, tomou um púlpito preparado especialmente para o momento e atacou o atual presidente, Joe Biden, e o resultado das eleições. O objetivo é mobilizar sua base para as primárias republicanas, no início do próximo ano.
Bolsonaro, por sua vez, tem sido mais cuidadoso. No caso das joias, escora-se nas zonas cinzentas da lei e, desde que voltou ao Brasil, fala pouco, evitando a estridência pela qual ficou conhecido. Está preocupado, especialmente, com os casos que vão direto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Mas ninguém sabe quanto tempo essa versão mais “light” continuará.
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Fonte: CNN Brasil