A reabertura da pandemia de Covid-19 ajudou a dar condições para um aumento nos casos de doenças transmitidas pelo mosquito aedes aegypti, como a dengue, explicou uma especialista.
Até então, houve alta de 43% nos casos em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o boletim, 183 pessoas morreram pela dengue no país neste ano. Ainda há outros 234 óbitos em investigação.
Em entrevista à CNN, a infectologista e epidemiologista Luana Araújo disse que durante a pandemia, com as pessoas ficando mais dentro de casa, houve um aumento no cuidado com o ambiente e seu entorno.
“Sabemos que o mosquito não viaja longe. Ele nasce naquela vizinhança e fica ali. Se as pessoas ficaram mais dentro de casa, elas evitaram mais a questão do acúmulo de água, cuidaram mais do seu lixo”, afirmou.
Ela explicou que, com o retorno do aumento de circulação de pessoas, aliado à diminuição das comunicações oficiais sobre os riscos dessas doenças, geraram um ambiente mais propício para o desenvolvimento do vetor.
“Junta-se a isso uma alta incidência de chuvas em boa parte do país e subsequente calor. É tudo que o mosquito precisa. Ele coloca os ovos na água parada, eles eclodem, vem o sol e matura os mosquitos, que ficam prontos de novo para atacar”, complementou.
Para a infectologista, o crescimento nos casos de dengue é “uma situação de emergência e importância”. “Precisamos trazer as pessoas todas e lembrar os mecanismos para enfrentar essas epidemias triplas”, concluiu.
Conheça a diferença entre os sintomas de dengue e de chikungunya
Em entrevista à CNN Rádio, o infectologista Kleber Luz destacou as diferenças de sintomas entre as infecções causadas pelo mosquito.
“Chikungunya traz febre e comprometimento das juntas, que ficam inchadas e com dor intensa, incapacitante”, disse.
A dengue também traz febre, mas “a dor é no músculo, sem inchaço, e com a chamada febre ‘quebra-ossos.”
“Casos graves de dengue podem causar queda da pressão arterial, que evoluem para a morte”, completou.
(Publicado por Léo Lopes. Produzido por Rafael Saldanha, sob supervisão de Layane Serrano, da CNN.)
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Fonte: CNN Brasil