Três grupos de defesa devem processar um dos maiores bancos da Europa nesta quinta-feira (23), alegando que seus empréstimos a grandes empresas de petróleo e gás violam um dever legal de garantir que suas atividades não prejudiquem o meio ambiente.
A Oxfam, Friends of the Earth e Notre Affaire à Tous disseram em comunicado que o processo contra o BNP Paribas visa fazer com que o credor francês pare o financiamento de combustíveis fósseis, no que eles chamaram de uma estreia mundial contra um banco comercial.
“O BNP Paribas continua a assinar novos cheques em branco para as maiores empresas de combustíveis fósseis sem estabelecer quaisquer condições para uma transição ecológica livre de petróleo e gás”, disse Alexandre Poidatz, diretor de advocacia da Oxfam France.
Em comunicado à Reuters, o banco – o maior da região que usa o euro – disse lamentar que os grupos de defesa tenham escolhido o litígio em vez do diálogo e que não conseguiu interromper todo o financiamento de combustíveis fósseis imediatamente.
“Estamos convencidos de que a transição ecológica é o único caminho viável para o futuro de nossas economias”, disse o BNP.
“Estamos focados em nosso caminho de saída de combustíveis fósseis, acelerando o financiamento de energias renováveis e apoiando nossos clientes, sem os quais a transição não pode ser feita.”
O ativismo legal é um movimento cada vez mais popular para os ativistas, pois eles buscam pressionar as empresas a avançar mais rapidamente na mudança para uma economia de baixo carbono e responsabilizar os retardatários.
O Acordo de Paris sobre mudança climática estabeleceu uma meta para limitar o aumento da temperatura média global a 1,5 grau Celsius – uma meta que parece fora de alcance, como disse o Programa Ambiental da ONU no ano passado.
O caso contra o BNP faz parte de uma série de ataques legais em andamento, visando diferentes leis e organizações que vão desde a Air France-KLM até a Shell, TotalEnergies e até mesmo o estado francês.
A ação é baseada em uma lei francesa adotada em 2017 que exige que as empresas elaborem os chamados planos de vigilância de danos ambientais. Nenhum tribunal na França forçou uma empresa a mudar seus métodos com base nessa lei.
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Fonte: CNN Brasil