Zé Celso era um dos mais prolíficos artistas brasileiros. Segundo registros da Enciclopédia do Itaú Cultura, o dramaturgo deu vida a mais de 40 espetáculos, seja como escritor, diretor, adaptador e ator, começando sua carreira como autor com “Vento Forte para um Papagaio Subir”, em 1958.
Ele liderou o importante Teatro Oficina, grupo formado quando integrava o Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e que foi palco das suas apresentações, sempre cheias de inquietude e irreverência.
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Abaixo selecionamos algumas das principais peças criadas, dirigidas e produzidas por Zé Celso durante sua vida. Muitas delas estão disponíveis no canal do YouTube do Teatro Oficina.
Vento Forte para um Papagaio Subir (1958)
Na trama, a cidade fictícia de Bandeirantes acaba sofrendo uma tempestade. Parece que nada vai mudar, e ela vai voltar a sua vida outra vez, mas para João Ignácio e muitos outros a tempestade foi um acontecimento decisivo, um momento revolucionário.
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Pequenos Burgueses (1963)
Com texto de Máximo Gorki e produzida por Zé Celso em 1963, a trama foca na Rússia às vésperas de sua revolução, com numerosos pontos de contato com a realidade brasileira anterior ao golpe militar de 1964.
Andorra (1964)
Em 1964, recém-instaurada a ditadura militar brasileira, Zé Celso deu vida ao texto de Max Frisch como resposta ao golpe. Ambientada em Andorra, a trama retrata uma sociedade branca que vive em paz até as ameaças de uma invasão nazista. Diante dessa possibilidade, os cidadãos procuram um bode expiatório.
O Rei da Vela (1967)
Peça de Oswald de Andrade, escrita em 1937, refletia sua visão da sociedade brasileira da época. Segundo Zé Celso explicou para o site Agenda Tarsila, o texto do modernista foi um divisor de águas na sua carreira.
Ele é responsável pela a primeira montagem da peça em 1967 e, segundo a Enciclopédia Itaú Cultural, surge como manifesto satírico e insurgente contra as relações de poder no capitalismo e a posição de subserviência do Brasil na geopolítica internacional.
A peça, que tem restrição de idade, pode ser vista no YouTube.
Roda Viva (1968)
Primeira obra de teatro escrita por Chico Buarque (1944), Roda Viva é uma comédia musical em dois atos e foi dirigida por Celso em 1968. Segundo a Secretaria de Cultura do Paraná, no contexto da ditadura militar, a “Roda Viva” pode ser compreendida como a pressão da censura imposta pelo regime ditatorial.
As boas (1991)
Escrita por Jean Genet, a peça foi dirigida por Celso, que também atuou ao lado de Raul Cortez e Marcelo Drummond. O espetáculo mostra de forma cômica a relação entre uma excêntrica madame e suas empregadas.
Bacantes (1995)
A montagem dirigida por Celso refaz a tragédia sobre a morte e ressurreição de Dionísio, o deus do teatro, em formato de ópera carnaval. Ganhou uma nova montagem em 2016.
Cacilda! (1998)
Peça escrita e dirigida, uma crítica do Estado de S. Paulo da época descreve a peça como uma mescla da biografia da atriz Cacilda Becker, as suas reflexões sobre a arte e as falas das personagens que representou.
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Os Sertões (2002-2007)
De 2002 a 2007, Celso trabalhou na encenação de “Os Sertões”, o livro de Euclides da Cunha que descreve a Guerra de Canudos. O resultado final foi uma pentalogia, formada pelas peças “A Terra” (2002), “O Homem I” (2003), “O Homem II” (2003), “A Luta I” (2005) e “A Luta II” (2006), que, segundo o Hemispheric Institute, organização de pesquisa e documentação, totalizou 27 horas de teatro.
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Os Bandidos (2008)
Adaptação de Celso para o texto de Friedrich Schiller. Na peça “Os Bandidos”, Zé Celso adapta o texto de Schiller, cuja trama opõe dois irmãos na luta pelo amor e herança de um pai morto-vivo, dono de uma corporação televisiva. Segundo os jornais Folha de S.Paulo e O Tempo, a peça foi uma representação do embate real entre o próprio Celso e Silvio Santos pelo terreno do Teatro Oficina.
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Fonte: CNN Brasil