Um dos mais famosos poemas brasileiros é “E agora, José?” Carlos Drummond de Andrade é também um dos mais fáceis de se decorar.
vamos repetir juntos a primeira estrofe?
E agora, José?
A festa acabou,
A luz apagou,
O povo sumiu….
O que o poeta faz com essa indagação – e agora, José – repetida ao longo de todo o poema é perguntar o que resta fazer, para onde ir, agora que os bons momentos terminaram.
E agora, Jair? Ao que tudo indica, o presidente Bolsonaro ainda não decidiu.
As eleições proporcionais consagraram um legislativo de clara centro-direita, mas quem será seu líder?
Recluso, apagado e retraído, Bolsonaro está perdendo pela primeira vez a vantagem de popularidade nas redes sociais.
E a própria iniciativa política, literalmente deixando na chuva seguidores que não sabem muito bem para onde a coisa irá. O centrão que o protegeu já está acertado com o próximo governo.
O poema “E agora, José?” foi composto há 80 anos, mas é como se falasse desse personagem ainda relevante no Brasil de hoje.
E agora, José? sua incoerência, seu ódio – e agora? pergunta o poeta. Para encerrar o poema profético lá na sexta estrofe.
Sem cavalo preto
Que fuja a galope,
Você marcha, José.
José, para onde?
Para onde, Jair?
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Fonte: CNN Brasil