Vou começar falando de um filme antigo. Bem antigo. Comédia italiana. Uma das melhores, um clássico. É o “Incrível Exército de Brancaleone”.
O capitão Brancaleone é o chefe de um punhado de bandidos medrosos e trapalhões que andam pela Itália na idade média tentando um grande golpe. Óbvio que só apanham.
Por um bom tempo a expressão “Exército de Brancaleone” serviu para descrever na política um bando de incompetentes querendo algo que não conseguem.
O que se sabe até agora sobre o que se falou de golpe nos palácios do chefe de estado brasileiro em Brasília sugere que o casting todo de Brancaleone mudou-se para lá.
Ideias estapafúrdias para tentar prender um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), anular eleições, arrastar o exército de verdade para um golpe com o uso de personagens que eram do submundo da política. E que ganharam projeção graças à ferocidade das redes sociais e a associação com um capitão comandando um exército bem parecido a esse da comédia Brancaleone.
Mas aonde chegou o bando aloprado nos palácios não é nada engraçado. Nesse sentido, quando se tenta um golpe de Estado, não dá para achar que é comédia.
É provável que esse exército de Brancaleone instalado em Brasília nunca tenha ouvido falar do filme.
Talvez, se conhecessem como a comédia italiana termina, pensassem duas vezes antes de falar de golpe. No filme, terminam todos empalados.
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Fonte: CNN Brasil