Se é para gastar, nunca foi difícil montar uma maioria em Brasília. É o que acontece agora com a licença que o presidente eleito pede para pagar benefícios sociais.
É uma licença para gastar que interessa a quem entra para governar –óbvio. Mas interessa muito para quem sai também.
É que sendo aprovada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL) vai conseguir pagar despesas discricionárias. Faltou grana, por exemplo, para a Polícia Federal emitir passaportes. Há dúvidas se a União conseguirá pagar as aposentadorias agora em dezembro.
Mais o que é mais importante ainda: aprovada a PEC, Lula vai ter dinheiro para pagar emendas parlamentares. Daí não ser nem um pouco difícil montar uma maioria para obter a licença para gastar.
Agora, se for para montar uma maioria para discutir questões fundamentais para o Orçamento, por exemplo, aí fica muito difícil.
Que tal discutir como se pretende continuar tentando governar quando 90% das despesas previstas no Orçamento são obrigatórias?
O que faz todas as negociações políticas uma disputa por meros 10% do Orçamento? Mas isso não está nem em debate.
Como acontece com certa frequência, não estamos discutindo o principal.
Compartilhe:
Fonte: CNN Brasil